
Fotografia de Fidanza, F. A. - 1875 -(Coleção Alphons Stübel. Acervo Leibniz-Insrirut Für Länderkunde)
O Álbum dos Juvêncios é um olhar sobre a Província do Pará do século XIX e início do XX. Através dele se deslumbrará um pouco da história da província e dos homens que a fizeram. O Álbum é inspirado em uma série de artigos publicados no final do século XIX pelo bacharel Demétrio Bezerra da Rocha Moraes, em que expunha a vida dos políticos do partido de oposição.
Antonio Gonçalves Nunes foi agraciado com o titulo de Barão de Igarapé-Merim no dia 3 de março de 1883, pelos serviços prestados na questão da colonização estrangeira no Pará.
Com o intuito de guardar na memória os seus honrosos títulos mandou confeccionar o seu Brasão de Armas.
Nas próprias palavras do Barão encontramos a explicação do Brasão:
“ Campo verde referente ao lençol da eterna verdura que cobre a região Amasonica na qual vive o agraciado.
Escudo partido diagonalmente pela faixa, sendo a parte superior delle dominada pelo symbolo da religião do agraciado e, na inferior derrama um aquário o rio Igarapé-merim, o qual , depois de banhar a Villa de mesmo nome beija, alem, em uma de suas bifurcações, o engenho, para cannas, de que é proprietário o agraciado.
E tudo encimado pela coroa de Barão.” ( Carta para Rodrigues da Costa, solicitando a fabricação de Louças e Vitros do Brasão em França)
A administração do Brigadeiro Francisco José de Sousa Soares Andréa[i], foi marcada pelo caráter forte do militar e pela sua determinação de eliminar todos os focos, ainda existentes de movimento cabano, não poupando nenhuma medida para alcançar seus objetivos.
O Brigadeiro ficou conhecido como o pacificador do Pará, porem ao alto custo de um verdadeiro genocídio na floresta amazônica, acompanhado de uma numerosa leva de presos que todos os dias chegavam a capital da província ou eram mantidos nas cadeias das vilas.
Apesar da aparente paz o novo governador da Província, Bernardo de Sousa Franco, encontrou uma estabilidade baseada nas armas em punho, que não lhe agradava por considerar que deste modo jamais se poria fim ao conflito, que ainda mantinha alguns focos do interior do Amazonas.
Diante deste quadro resolveu solicitar ao governo imperial uma anistia excepcional para a Amazônia, que foi concedida, por portaria, no dia 4 de novembro de 1839, fazendo com que centenas de cabanos depusessem as armas.
Em meio a essa política, decretou a anistia de dezenas de homens que se encontravam nas cadeias dos interiores, dando um primeiro passo para a finalização total do conflito através de meio pacíficos.
Abaixo vejamos a relação dos presos anistiados pelo presidente da província, em decorrência do decreto de 4 de novembro de 1839[ii].
· Manoel de Assunção Gonçalves – Igarapé-miry
· Anacleto Raimundo da Silva Passos – Belém
· Maximo José – Belém
· João Caetano de Souza Barreto – Santarém
· Geraldo do Sacramento – Belém
· João Ignacio – Guamá
· Fillipe Marques Benicio – Cintra
· Custodio Honorato do Nascimento – Belém
· Manoel Antonio Coelho – Muaná
· Florêncio da Silva Cravo do Amazonas - Belém
· Manoel Pedro Duarte – Guajará-assú
· Raimundo José Correa – Carnapijó
· Joaquim Antonio da Silva – Certão
· Victorio José Freire - Guajará-assú
· Nicolau Jozé – Taiassuhi
· Luiz Monteiro d’Amorim – Turi-assú
· Izidro Pereira – São Domingos
· Miguel Arcanjo do Nascimento – Marajó
· Antonio de Espinoza de Brito Falckman – Belém
· João José da Lira Mininea – Belém
· Januario Luiz Brito – Capim
· Agostinho Antonio – Igarapé-miry
· José Antonio – Maguary
· Izidro Antonio – Guamá
· João da Silva Barros – Camutá
· Bartholomeu Jozé Vieira – Ceará
· José Pedro Leal – Maguary
· Antonio da Vera Cruz – Cintra
· Dionizio dos Santos – Ourem
· Manoel Raimundo Alves da Cunha – Acará
· Antonio de Mello Garcia – Santarém
· João Antonio Ribeiro Ferreira – Igarapé-miry
· Domingos Azere Rodrigues Piminhangaba – Capim
· João Pedro, mulato
· Domingos do Espírito Santo Coelho – Muaná
· Francisco Pedro Martins Cardozo – Belém
· João Vicente Ferreira – Belém
· Cyrilo Antonio – Belém
· Francisco Antonio Montanha – Marajó
· Lourenço Justiniano – Jurupaia
· Joaquim José Pinheiro – Irituia
· Antonio Luiz de Souza – Abaité
· Pedro Fernandes de Souza – Guamá
· Francisco de Paula Mattos Grillo – Muaná
· Estevão Fernandes da Ponte – Vigia
· João Maria de Jezus – Vigia
· Victorino Antonio – Carnapijó
· Simão Antonio d’Oliveira – Monte Alegre
· Jeronimo Antonio das Costa Furtado – Belém
· Ignacio Caetano Ribeiro – Vigia
· Manoel de Oliveira Pantoja – Barcarena
· Luiz da Rocha de Sousa Lima – Santarém
· Antonio José Gomes – Belém (foi solto no Rio de Janeiro)
· Antonio Bernardo de Souza Junior – Barcarena
· Antonio Ciriaco Coelho – Muaná
· João Francisco de Souza Mangallá – Belem
· Eleuterio Jozé – São Domingos
· Florencio da Silva Cravo – Muaná
· João Capristano do Valle – Villa Nova
· Manoel Pereira das Chagas – são Caetano
· Francisco Pedrozo de Moraes Pinto - Bujarú