quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ônibus “Paraense”

Os transportes públicos surgem na França por volta de 1826, realizando o transporte de passageiros entre o centro da cidade de Nantes e os banhos públicos. O termo ônibus parece vir do local onde os carros faziam o ponto final, diante de uma chapelaria, cujo dono, Omnes, em um jogo de palavras com seu próprio nome, denominou Omnes Omnibus, "tudo para todos". Em outras versões da história, porém, ônibus simplesmente decorre de voiture omnibus ("carro para todos")

No caso da capital da província do Pará, este tipo de transporte coletivo, somente veio à luz no ano de 1850, marcando sua estréia com o inicio das festividades de Nossa Senhora de Nazaré. Seu construtor e empreendedor foi Manoel Martins da Costa Serra, que implantou esse serviço cômodo e útil para a população paraense e batizou seu transporte de PARAENSE.

O “Paraense” permitia o transporte de 12 pessoas ao mesmo tempo, com comodidade, fazendo sua linha do Largo de Sant’Anna ao arraial de Nazareth, entre os horários de 6 da tarde e uma da manha, pela módica quantia de 500 rs por trecho. Era puxado por 4 cavalos e o unico incomodo era que não saia se houvesse chuva!

Mais uma inovação nas terras do Pará!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os Periódicos no Pará

A primeira metade do século XIX na província do Pará foi marcada por diversos conflitos, de índole política e social, o que de certa maneira favoreceram para o surgimento de diversos periódicos no território que buscavam divulgar e popularizar os ideais das correntes divergentes.

Dentre as inúmeras publicações algumas perduraram enquanto a grande maioria deixou de existir quando do cumprimento de seus objetivos. Não restando na maioria dos casos nenhum exemplar dos mesmos nos arquivos do Pará.

A relação abaixo nomeia todas as publicações desde 1822 ate 1841.

1822- O Paraense
1823 – O Luzo Paraense
1824 – O Independente
1825 – O Amigo da Virtude
1827 – O Verdadeiro Independente
1827 – A Voz do Amazonas
1829 – O Brasileiro Fiel a Nação e ao Imperador
1829 – Telegrapho
1831 - O Sagitário
1831 – Correio do Amazonas
1831 – Orpheo Paraense
1831 – O Hemmedall
1831 – Opinião
1831 – Bellero – Phonte
1831 – Echo Paraense
1832 – O Liberal
1832 – O Soldado Liberal
1832 – A Luz da Verdade
1832 – O Amigo da Ordem
1832 – O Despertador
1832 – Paraguassú
1832 – O Publicador Amazoniense
1833 – O Federalista Paraense
1834 – O Vigilante
1834 – A Sentinella Maranhense na Guarita do Pará
1834 – O Desmascarador
1834 – O Correio Official
1834 – Diário do Conselho Provincial
1834 – O Mercantil
1835 – O Paquete do Governo
1835 – Sabatina
1837 – Folha Commercial do Pará
1837 – Recopilador das Anedoctas
1840 – Treze de Maio
1840 – Paquete Imperial
1841 – Publicador Paraense
1841 – Correio da Assembléia Provincial do Pará

Tristão Pio dos Santos - Presidente da Província do Pará

Tristão Pio dos Santos era filho de Pio Antonio dos Santos e de D. Maria Marciana de Sá, nascido na Colônia do Sacramento, batizado no Rio de Janeiro em 1773. Casado em Lisboa a 20-06-1806, com Gertrudes Carlota das Astúrias, natural de Lisboa, e filha de Antônio Álvares e Gertrudes Rosa.

Realizou seus estudos primários no Rio de Janeiro, transferindo-se depois para Lisboa, onde se alistou como aspirante a guarda-marinha, em 17 de junho de 1791. Em 1796 recebeu os Galões de guarda-marinha, após um curso regular e proveitoso. No mesmo ano, em 05 de novembro, foi promovido a 2º tenente e em 08 de dezembro foi designado para embarcar na Nau "Princesa da Beira", para o necessário estágio de embarque.

A sua vida de marujo desenvolveu-se brilhantemente. Escalou os vários postos, sendo que, o de capitão de Fragata, recebeu como prêmio do Príncipe Regente D. Pedro, por ter sido ele um dos comandantes que trouxeram a Família Real de Lisboa ao Rio, em 1808.

Seguindo a carreira militar ocupou vários cargos em terra e desempenhou várias comissões. Foi também comandante do Arsenal da Baia, por ocasião da Campanha Cisplatina. Recebeu a condecoração de Comendador da Ordem de Aviz em 14 de março de 1826.

Em 1827 foi nomeado Inspetor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.

Sentindo-se fatigado pela cansativa vida de servidor leal da Marinha foi reformado no posto de vice-almirante, em 23 de outubro de 1832.

No ano de 1837 ocupou a função de Ministro dos Negócios da Marinha (16/05/1837-18/09/1837), durante a Regência de Feijó e somente retirou-se desta pasta ministerial com a queda da Regência.

Neste período, foi amplamente atacado pelos opositores do governo, principalmente por Bernardo Pereira de Vasconcelos e passou a ser conhecido pelos órgãos de imprensa da oposição como Alegrão Ímpio dos Danos.

Chegou a Província do Pará com quase 70 anos de idade e tomou posse da administração no dia 4 de novembro de 1840. Poucos dias depois de chegar foi acometido de grave moléstia, mas mesmo assim não deixou a administração da província, mantendo-se no poder ate o dia de sua morte em 24 de fevereiro de 1841. Seus restos mortais foram sepultados na Igreja da Irmandade Militar.

Foi durante seu governo que a execução do Decreto de anistia aos elementos que fizeram parte da Cabanagem, foi concebido e posto em pratica.