quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

URTIGA

O Padre Eutiquio durante grande parte de sua existência e de sua vida política foi sempre odiado por muitos. No dia 10 de outubro do ano de 1852, passou a ser publicado no Pará um periódico de nome “Urtiga”, ao qual possuía em suas paginas este religioso politizado, como um de seus redatores. O novo órgão de imprensa era rodado na Tipografia Conciliadora de propriedade do Chantre Mattos. A oposição considerou que o periódico somente tinha como objetivo caluniar e afetar os inimigos do Padre.

Assim foi satirizado por seus opositores:

“ Outro officio Pai Eutiquio! ... Lembra-te do = Dictado = que preto (ou Negro) como filho de Caim ou do Diabo se não deve nunca metter em negocios d’ Abeis ou Baltazares, por que se não sujas, ficas sempre Tisnado...” (O Publicador, de 23 de outubro de 1852)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Os Hebraicos Vendilhões

Apesar de tanto se falar que o brasileiro não é um povo racista e preconceituoso, as nossas constantes notícias desmentem essa afirmativa, e isso não é de hoje, lendo ainda o “Publicador Paraense” de 15 de setembro de 1852 encontrei esse desabafo de um morador da cidade de Belém, no século XIX:
“ Chama-mos a attenção da nossa Policia sobre esses Hebraicos Vendilhões que com a maior sem cerimônia entrão pelos corredores das cazas particulares, como se entrassem nas suas próprias: é um abuzo que, ao nosso ver lhe deve ser prohibido, por que não contentes de profanarem a moradia dos cidadãos tratão-nos inda de mais a mais indecorosamente, como se tratassem qualquer muleque.
... e eles que com honrosa excepçães costumão ter unhas na palma das mãos, se como disse acontece de estar a caza só La vai indo pegando na tal unha alguma cousa que por accaso esteja menos bem arrecadada...”

Vendedores de porta. Hoje reclamamos tanto das ligações e dos vendedores on-line, imagina o que falaríamos destes!?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Um Lembrete

Certo empregadinho publico que tem iludido o respeitável, intitulando-se estar em um estado que não tem, faltando os deveres da Religião e ao caracter de homem honrado. Temos a dizer que, como este sugeitinho, nos consta, que á dias teve mais um filho. Esperamos que elle agora cumpra o que a muito tem prometido por que do contrario terá de ver seu nome por extenço nas colunas dos periódicos desta capital, para que todos o fiquem conhecendo... Em fim nos esperamos que com estas linhas se envergonhe de continuar a praticar um abuzo, que se torna escandalozo... La diz o rifão: “Não faças ás filhas alheias, aquillo, que não gostarias que fizessem ás tuas, se por acazo as tivesses.”
Basta por agora, ficamos na espectativa do rezultado.
O Tiburcio

Este artigo encontra-se no “O Publicador Paraense” de 25 de julho de 1852, pagina 3. Se hoje todos levassem esse pequeno puxão de orelha, será que as coisas seriam diferentes?