sábado, 10 de janeiro de 2009


Deixo aqui uma excelente fonte para quem busca estudar o Pará do século XIX, em sua decada de 70. Apesar de não ser publicada na provincia e nem mesmo no Brasil, contem muitas informações sobre a provincia do Pará. Em Belém, pode ser encontrada no Gremio Literario e Recreativo Portugues.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Praça Batista Campos


Uma foto publicada na Revista do Norte, mostrando a Praça Batista Campos, depois de sua reforma.

Roubo no Pará

Parece que desde que o Brasil é Brasil, a corrupção é noticia de destaque nos periódicos da nação, assim se relatava na revista O Novo Mundo, acerca de acontecimentos no Pará da década de 70 do século XIX:
“ROUBO NO PARA
As folhas da capital da província do Pará occupavam-se detidamente com o extravio de cerca de 200:000$, que se reconheceu ter havido na thesouraria geral daquella província e é attribuido ao 1º escripturario da mesma thesouraria, Francisco Xavier do Espirito Santo.
A questão relativa ao estellionato e á responsabilidade dos empregados que foram envolvidos na occurencia da camara municipal em outubro do anno que terminou, esta em andamento; o tribunal da relação já confirmou os despachos de pronuncia proferidos pelo juiz de direito do 1º districto contra os indiciados J. Galdino Silva, ex-secretario, Antonio Dias Guerreiro Junior, ex-official maior, considerando apenas como complice o ex-procurador Francisco de Salles Freire de Mello Barata, pelo que este obteve fiança e tem que ser julgado solto no respectivo jury.
Há pois actualmente no Imperio – roubo no Pará; roubo na Alfandega de Santos; roubo na camara municipal de Belém; moeda falsa e contrabando no Rio Grande do Sul, contrabando de trapos por sacos na própria Alfandega do Rio de Janeiro.
Cá e Lá más fadas há.”

Isso era e ainda é o Brasil, o Pará e Belém.....

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

La comedia é finita !

“...eu não te quero!...
E cada vez te quero mais!”

Esquece-me, e para sempre.

Tu nunca me amaste, e mesmo tiveste a louvável franqueza de m’o dizer um dia, tardiamente embora. Sinto que pouco a pouco foi se extinguindo o amor cego e puro que te votava; e um resto de amizade que ficou esquecido no fundo do coração não poderá servir-nos, na hora presente, para esperança da ressurreição desse passado feliz, em que eu te amei fervorosamente e tu calculadamente soubeste illudir!

O perdão mata a amizade!...

Amando te outra vez – iríamos, de certo, destruir desapiedadamente o encanto desse venturoso passado, que se implantou saudosas lembranças, - eu o juro – foi só no meu coração, que te idolatrou e que não te amando mais, nem por isso deixou o empolgasse o ódio justo á tua cruel traição!

Poupa-me, pois, esse único refugio que minh’alma – acerbamente maguada – irá procurar nas horas de tristeza e tédio. E serás, então o meu consolo, tu que ES a causa dos meus padecimentos!

A felicidade já não nos sorri mais! Os dias alegres e risonhos da nossa ventura não voltarão jamais. A primavera chega todos os annos, todas as veigas florescem novamente. Mas repara bem que não são as mesmas rosas que embalsamaram a campina na estação passada, as que hoje perfumam a brisa travêssa que lhes arranca as pétalas deliciosamente...

Assim são os amores. E eu renuncio, de bôa vontade, a conquista de pertenceres-me outra vez.

As lagrimas fazem nascer o perdão, que, desgroçadamente, mata a confiança e a sinceridade do amor. E esse perdão, que afinal nada perdôa! Mais não é do que a lembrança de uma horrível traição, que se procura esquecer e que mais se nos aviva aterradoramente na memória com a presença de quem faltou a deveres de lealdade e de honra.

Quando te amei loucamente – fingiste-te apaixonado por mim, até o momento em que a razão despertou-me e eu vi o quanto eras volúvel e teus lábios mentirosos!

Agora que a tua alma arrependida chora amarguradamente em busca do meu amor, é queres que eu reviva em meu coração sentimentos que já não existem mais por ti, que os aniquilaste a rir!

Esquece-me, pois, e deixa que eu, malgré tout, não tenha forças bastante para
fazer-te o mesmo.

É o único accordo que devemos tomar depois do que aconteceu, e antes que o ódio venha apagar esta abençoada chama de ternura e piedade que por ti me ficou a arder no coração, por sobre os destroços de tantas illusões calcinadas.

A felicidade já não nos sorri mais. Os dias alegres e risonhos da nossa ventura jamais voltarão. A Primavera chega todos os annos, todas as veigas reverdecem e se enfloram novamente. Mas, repara bem, que não são as mesmas rosas que embalsamaram a campina na estação passada as que perfumam hoje a brisa trâvessa que lhe arranca as pétalas. Assim são os amores...

Esquece-me,e para sempre!

Leonor da Silveira - Folha do Norte 1896

Uma pioneira...


Anna Tourão Machado era oriunda de Igarapé Mirim, cidade da província do Pará, filha do coronel Antonio Lopes Machado e de Dona Andreia Tourão. Foi uma das primeiras mulheres a formar-se em medicina e exercer esta atividade no Brasil.
Conquistou seu diploma na America do Norte, na universidade de Nova York, no ano de 1885, porem, para poder exercer a atividade no Brasil teve que submeter-se a exames, aos quais foi aprovada com distinção, defendendo a tese Ovariotomia, em 1887.
Desempenhou suas atividades na sua província de origem, sendo conhecida por sua bondade e dedicação as atividades medicas.
Contraiu núpcias, em 1890, como o cirurgião-dentista Emilio Marinho Falcão.
Mais uma das notáveis paraenses esquecidas pelo tempo...