quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Novo Chefe de Policia 1887




Acervo VS/MUF - Semana Ilustrada




Essa é uma Charge de dezembro de 1887, da chegada do Dr Antonio Bezerra da Rocha Moraes quando ele é chamado pelo governo central para assumir a Chefia de Policia do Pará, com o intuito de tentar diminuir a ladroagem... Ele já tinha andando por estas funções e era conhecido pelo seu gênio (mesmo que eu prefira a palavra feitio) um pouco estourado e reto.
Alguns anos antes já tinha feito uma limpeza na criminalidade da cidade. Será que ainda conseguimos ovacionar os nossos Chefes de Policia?



sábado, 25 de agosto de 2012

Os Sarados !!!

Esse era considerado um dos homens mais fortes de Belém, no ano de 1914.... Jacynto Ferro, campeão de ciclismo no Pará.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Os grupos étnicos Paraenses

Essa coleção de imagem foi realizada por Fidanza entre os anos de 1869-1875, e hoje fazem parte do acervo Alphons Stübel.

Menina Indígena comendo mingau

Negro Trabalhador

Negra vendedora de Frutas

cabocla paraense

Cafusa paraense

Mulata Paraense

negro

Negra

quinta-feira, 26 de abril de 2012

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Série: As Damas da Literatura Paraense


Esmeralda Cervantes

Clotilde Cerdá e Bosch foi uma instrumentista de renome e compositora de peças para harpa. Nasceu em Barcelona 1852 sendo filha de Ildefonso Cerdá engenheiro e da pintora Clotilde Bosch. Sua mãe mandou-a para Roma para estudar pintura com Mariano Fortuny. A jovem acabou por optar pela música, conseguindo com que a sua genialidade fosse reconhecida, por unanimidade, pelas mentes mais capazes da Europa, América e Ásia no final dos anos XIX e início do século XX.

Ficou conhecida no mundo das artes com o pseudônimo Esmeralda Cervantes. Esse pseudônimo tem origem em Victor Hugo, que a chamou com o mesmo nome que ele tinha imaginado para a heroína de seu romance Notre Dame de Paris, e Cervantes, em homenagem ao escritor espanhol.

A instrumentista estreou no Teatro Imperial de Viena em 1873, Cabouli Pasha, o embaixador turco, emitiu o titulo de harpista imperial da Embaixada da Turquia em Viena, o imperador Francisco José lhe ofereceu uma rica joia e Languenbach aproveitou a menina e levou-a de Viena a Munique e de lá para todas as grandes cidades da Confederação Germânica. Em Munique, Wagner, que a admirava, disse ao rei da Baviera, informando-o da capacidade artística de Esmeralda: Esse é o gênio.

Continuou sua turnê pela Europa se apresentando as principais casas reais como Inglaterra, Würtemberg, Holanda, Grecia e Bélgica. Seu talento e maestria estavam confirmados.

Em 1875 viajou para a América, de onde por solicitação do Imperador do Brasil iniciou uma serie de concertos pela América Latina. Somente no Caribe realizou 36 concertos e destes 28 converteu as rendas para os feridos de guerra.

A convite do sultão otomano se estabeleceu em Constantinopla onde passou a ser a harpista imperial e onde também contraiu matrimonio com o germano-brasileiro Óscar Grossmann. Seu marido era um dos acionistas da Companhia de Estradas de Ferro Urbanas Paraense e por isso mantinha residência em Belém.

Acompanhando o marido Esmeralda Cervantes acabou por fixar residência em Belém, onde passou a realizar concertos em varias instituições, incluindo o instituto Carlos Gomes. Fazia parte do conservatório de Belém, onde ministrava aulas de elementos de harpa.

Sempre voltada as artes, passou a fazer parte da primeira instituição de letras da Amazônia, a Mina Literária, onde realizava inúmeros concertos e apresentações. Foi uma das editoras do periódico A Revista, que divulgava as letras no Pará no final do século XIX.

Em 1897 solicita a câmara municipal de Belém autorização para a construção de um pavilhão de divertimento para as crianças na praça da Republica, por considerar necessário os exercícios físicos por parte das crianças. Seu pedido foi aprovado por unanimidade. Esse espaço acabou por se tornar o primeiro asilo (Creches e Kindergurten) para a infância de Belém, contando já em janeiro de 1899 com 83 crianças. Esmeraldina Cervantes era a sua presidente.

Com o intuito de arrecadar fundos para esta instituição passou a auxiliar na publicação da revista “Anjo do Lar” que revertia toda sua arrecadação para o auxilio de crianças carentes.

Durante todo o tempo em que viveu em Belém continuou a fazer concertos onde as rendas eram destinadas a caridade, fazendo apresentações inclusive em nome da Cruz Vermelha.

Em 18 de outubro de 1898, a Mina Literária recebeu em Belém os escritores italianos Gemma Ferrugi e Alberto Mazi, cabendo a ilustre harpista apresentar um belo verso de sua autoria, denominado “Mia opinion”.

Passou os últimos anos de sua vida em Tenerife ao lado do marido, vindo a falecer em 12 de abril de 1926.

Esmeraldina Cervantes não nasceu no Pará, não morreu também, porem pelos seus atos e o seu grande contributo para a difusão da musica, da educação e da caridade, deve ser incluída entre as damas da Literatura Paraense.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Santo Imortal ou o Imortal Santo?


“Guarda-me como a pupila dos olhos, esconde-me à sombra de tuas asas, longe dos ímpios que me oprimem, dos inimigos mortais que me cercam”
Salmo 17

Hoje estava organizando alguns arquivos da Academia Paraense de Letras (agora inicio quase todos os meus post assim) e me deparei com um uma pasta de um dos antigos imortais. Eram os documentos de D. Antônio de Almeida Lustosa. Era uma pasta fina, com algumas notas recortadas de falecimento, a data que ocupou a cadeira da APL e as duas fotos que aqui publico. Nada mais!!

Diante das fotos onde se consegue visualizar o Governador Magalhães Barata, me ocorreu de buscar mais algumas informações sobre este elemento da APL esquecido pelo tempo. Acabei por me surpreender, pois apesar de sua trajetória ter sido olvidada pelos seus confrades de letras, sua imortalidade foi consagrada pelos fieis católicos.
Com o Intendente Magalhães Barata no município de Bujarú

Dom Antônio de Almeida Lustosa nasceu em 11 de fevereiro de 1886, na cidade de S. João del Rei, estado de Minas Gerais e foi ordenado padre em 1912. Foi nomeado bispo de Uberaba em 1925 permanecendo nas funções até 1928, ocupou ainda o bispado do Corumbá (1928-1931), sendo posteriormente promovido a arcebispo de Belém do Pará, pelo Papa Pio XI, no dia 10 de julho de 1931.

Chegou a Belém no dia 17 de dezembro do mesmo ano, fazendo sua entrada solene na catedral no mesmo dia. Nos dez anos de seu governo, ele visitou todo o território da Arquidiocese, apesar das grandes dificuldades de acesso e excessiva extensão territorial. A partir de setembro de 1932, Dom Lustosa passa a publicar no periódico católico "A Palavra", suas crônicas relativas às visitas pastorais. Esta coluna terá o nome de "A Margem da Visita Pastoral"; a coletânea destes artigos foi publicada como livro. De sua pena saíram ainda muitos outros livros, entre os quais uma biografia de Dom Macedo Costa, Bispo do Pará.

Dentre as muitas realizações de Dom Antônio Lustosa destaca-se a reabertura do Seminário Nossa Senhora da Conceição, confiado à administração dos salesianos; criação de diversas paróquias; instalação de comunidades religiosas dos Padres Crúzios, das Irmãs Filhas de Maria Auxiliadora, das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, das Irmãs Capuchinhas, das Angélicas de São Paulo e das Irmãs de Nossa Senhora da Anunciação. Realizou ainda a sagração da Basílica de Nazaré, a fundação da Ação Católica, participou da restauração e levantamento da Congregação do Imaculado Coração de Maria, tornando-se co-fundador, fez campanha da boa leitura, da recitação do terço e procurou valorizar o sacrifício da missa.

Todas estas atividades foram realizadas somente em solo Paraense, ao longo dos 10 anos que aqui se manteve. Foi um verdadeiro guerreiro da cruz, que a todo custo tentou minimizar o sofrimento de seu rebanho, que nesse período encontrava-se em precárias condições de vida.

Foi nomeado membro da Academia Paraense de Letras, sendo fundador e primeiro ocupante da cadeira 13 que tinha como patrono Dom Romualdo de Seixas. Sua posse ocorreu em 17 de janeiro de 1937.
Em 18/08/1953 com personalidades do Pará e alguns membros da Academia Paraense de Letras


Publicou: Dom Macedo Costa (1939), Carta Pastoral (1935), No estuário amazônico: à margem da visita pastoral (1976), Respigando (1958) e Abraçando a cruz (1982 – Publicação Póstuma).

Sua obra “No estuário amazônico: à margem da visita pastoral” foi originalmente editado em 4 volumes, entre os anos de 1932 a 1938, sendo posteriormente condensada pelo Conselho de Cultura do Pará e reeditada no ano de 1976. Esse trabalho foi o resultado, de suas minuciosas observações, realizadas no interior do Pará durante suas visitas pastorais, quanto a linguagem popular, costumes locais, alimentação, geografia e plantas regionais.

Escreveu ainda dezenas de cartas pastorais, entre elas uma de combate ao impaludismo, que acabou sendo adotada como leitura em grupos escolares da cidade de Belém.

Faleceu em 1974, com 88 anos de idade.

Segundo o Escritor e Médico Vinícius Barros Leal, foi um “homem profundamente de Deus, que se colocou muito além de um religioso comum, com seu comportamento fundamentado na ética, decidido no caminho do bem, repleto de serenidade e equilíbrio, bondade e disciplina, nunca perdendo um só minuto do seu precioso tempo”

Desde 1993 existe um processo para a canonização, aberto pela Arquidiocese de Fortaleza.

Será que em poucos anos estaremos diante de um Imortal da APL santo?

Frases de Dom Antônio Lustosa:

“Não é só de pão, mas é também de pão que vive o homem”.

“Na hora da provação apura-se-nos o sentimento da gratidão. E urge conosco o dever de significar aos que nos estendem a mão quanto nos penhorou o conforto quem, na hora amarga, nos dispensaram”

Xarope Cura Tudo!!!!

To precisando de um destes!!! Publicidade do final do Século XIX.