quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O Misterioso Caso da Maquina Explosiva Infernal


A Belém do século XIX era repleta de mistérios e de acontecimentos estranhos, e o caso da maquina infernal foi mais um deles.

No ano de 1874 a paz e a tranqüilidade da capital da província foram abaladas pelo misterioso aparecimento de uma maquina explosiva, enviada para o súbdito italiano João Rossi.

O estrangeiro João Rossi era um artista, que depois de percorrer diversos países da América e da Europa veio estabelecer residência na capital da Província do Grão Pará. Ao retornar a capital depois de um período, de ausência, ao qual passou pelo Império, João Rossi foi informado que existia junto ao Vice Cônsul da Itália uma encomenda a sua pessoa, enviada de Maceió, ao qual deveria ser entregue em mãos, seguindo a determinação expressa na própria encomenda.

De acordo com o entregador, a encomenda encontrava-se a mais de 8 meses junto ao Vice Cônsul Francisco da Costa, aguardando a chegada do Sr. Rossi à Capital. Ao receber o artista dirigiu-se a sua residência onde ao abrir o pacote deparou-se com um cilindro de ferro, que percebeu estar sujo de pólvora e reconheceu ser uma Maquina Infernal, entrando em total desespero e terror, com medo de que a maquina explosiva se acionasse. Seguindo a farmácia, fez-se acompanhar ao Chefe de Policia do farmacêutico Francisco de Paula Barreto Junior, para lhe servir de testemunha do acontecido, dando assim inicio a uma investigação.

Após exames e pela própria declaração do artista João Rossi, verificou-se que se tratava de um explosivo, idêntico aos utilizados durante a Comuna de Paris e expostos em exposições mundiais. Este conhecimento desencadeou uma seqüência de especulações, referentes ao envolvimento do Sr João Rossi com membros da Comuna de Paris ou da internacional.

Além da ligação com os membros da comuna, existiram afirmações de que tudo não passava de uma armação do próprio Rossi, para chamar a atenção, uma vez que estava responsável por elaborar as festividades do 1º de março, dia da comemoração do fim da guerra do Paraguai. Essa hipótese foi por terra, quando se analisou o conteúdo da maquina e verificou-se a existência de Cloridrato e Nitrato de Potássio, Pólvora e acido sulfúrico, autenticando assim o explosivo.

Depois de investigações e averiguações, não se conseguiu chegar a uma origem do explosivo, e do remetente, deixando no ar uma questão: Quem gostaria de eliminar o Sr João Rossi? Uma Maquina Infernal que não detonou ao ser aberta... Não matou ninguém... Mais um mistério de Belém do Grão Pará.

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