quarta-feira, 18 de março de 2009

VILLA DE SOURE - 1874

Um retrato da cidade de Soure,na decada de 70 do seculo XIX
"Esta pequena villa, situada ao lado esquerdo á entrada, do Igarapé-grande, na ilha do Marajó, resente-se infelizmente de muitos males, devido a sua nenhuma importância política, porque apenas da um eleitor.
Não há quem tome interesse por essa Villa, alias de boa situação topographica, em logar alto e secco, clima agradável, ventilação constante e com excellentes banhos.
A intriga, segundo informações uniformes, reina sempre entre os habitantes.
A igreja está indecente no interior, devido isto a falta de vigário; a casa da camara e cadeia ficam n’uma aba da mesma igreja, sendo aquella tam acachapada e abafadiça, que dizem a tempos haver ali morrido de asphixia um cidadão jurado, e esta, a cadeia, uma immunda enxovia com grade de ferro na janella da frente, e tapagens de estacas de acapu na abertura detráz!
Póde-se, pois, dizer que não tem casa de camara e cadeia.
Não há igualmente uma ponte de desembarque, coisa urgentemente necessária , e que a assembléia provincial, com menos justificação, já concedeu para o Mosqueiro, que no entanto é uma simples freguezia.
A iluminação das ruas é feita com kerosene em lampiões do antigo systema, e á custa dos particulares.
Entretanto a Villa é bonitinha, tem já muitas casas de telha, algumas de duas salas com a fachada bem arranjadinha, sobressaindo entre todas o elegante palacete do Sr. Major Francisco Bezerra da Rocha Moraes, abastado fazendeiro e proprietário em Soure..."
Extraído do periódico a Regeneração de 23 de agosto de 1874

Nenhum comentário: