sábado, 20 de novembro de 2010

Conselheiro MacDowell


Samuel Wallace Mac Dowell foi um dos mais versáteis personagens do século XIX, se destacando em todas as áreas em que desempenhou funções. Se no início de sua vida, pensou em desempenhar a carreira militar, foi na tribuna dos tribunais, na tribuna legislativa e na tribuna do magistério que se consagrou, não deixando de lado jamais a sua grande paixão, o jornalismo.

Apesar de não ter nascido no Estado do Pará, Samuel Mac Dowell foi um dos seus maiores representantes, no cenário político da monarquia brasileira. Esse filho adotivo do Pará, nasceu em Olinda, no dia 26 de Maio de 1843, sendo filho de Samuel Wallace MacDowell e de Maria Vicência Clara de Sá, tendo ficado órfão com menos de 2 anos de idade e por este motivo foi trazido a província do Grão Pará para ser criado por sua avó Marie Chebs.

Iniciou sua vida profissional, tentando a carreira militar, mas logo a abandonou para ingressar na Faculdade de Direito do Recife, onde se formou no ano de 1867, retornando neste mesmo ano para a cidade de Belém.

Se ao regressar em Belém, engrossou as filas do partido liberal, em poucos anos verificou que seus ideais aproximavam-se mais do partido conservador, o que fez com que modificasse sua atuação política.

A carreira jornalística iniciou através das paginas do Jornal Amazonas e o Liberal do Pará, porem alguns anos depois (1 de Maio de 1873) resolve fundar seu próprio jornal, que foi intitulado “A Regeneração”, que passou a ser o órgão responsável pela defesa do partido católico, tendo o seu proprietário tomado as rédeas da defesa do bispo Dom Macedo Costa, quando de seu julgamento.

Este católico defendia ferrenhamente sua fé, o que lhe rendeu constantes colóquios com o espírita brasileiro Antonio bezerra de Menezes.

Foi eleito deputado geral para a décima legislatura (1881-1884), décima nona (1885) e vigésima (1886-1889)

Durante o desempenho de seu mandato de Deputado Geral, no ano de 1886, recebeu o convide do Barão de Cotegipe para assumir a pasta do ministério da Marinha, em substituição ao então ministro Dr. Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves, oferta esta que aceitou e recebendo a posse das funções no dia 12 junho do mesmo ano, mantendo-se nas funções ate 10 de Maio de 1887. Na mesma data que é nomeado Ministro da Marinha recebe o titulo de Conselheiro do Império, por decreto de D. Pedro II.

Sua saída da pasta da Marinha ocorreu devido ao fato de lhe ser imposta uma nova pasta a do ministério da Justiça, que assume ainda no dia 10 de Maio de 1887, substituindo o então ministro Joaquim Delfino Ribeiro da Luz. Manteve-se no cargo ate 10.03.1888, quando da queda do gabinete do Barão de Cotegipe.

Publicou 2 obras, sendo a primeira “Contestação sobre a eleição da província do Pará”, no ano de 1878 e a segunda “Discussão do projeto da extinção gradual do elemento servil.”

Na proclamação da República foi convidado por Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e por Lauro Sodré para dela participar. Esquivou-se declarando-se vencido, mas não convencido. Após a queda do Império seguiu para Belém do Pará a fim de regularizar assuntos pessoais e de família, onde ajudou a elaborar a Constituição estadual e foi presidente da comissão de limites entre o Pará e o Amazonas. Em seguida deixou o Brasil exilando-se por livre opção em Paris onde viveu até o final de seus dias, tendo falecido, em Paris, em Clamart (Seine) de síncope cardíaca, no ano de 1908

O conselheiro e D. Ana Augusta da Gama e Costa tiveram nove filhos: Ana, casada com o industrial Brício da Costa; Samuel, advogado, casado com Dolores do Rêgo Barros; Afonso, médico, casado com Emília de La Rocque; José Maria, advogado e jornalista, casado com Georgina Cunha; Francisco, padre secular; Maria Vincência, casada com advogado e deputado Antônio dos Passos Miranda; Frederico Luís, médico, casado com Sílvia Paranhos; Delfina e Sara, ambas religiosas da Congregação Sacramentina de Paris.

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