sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Mãe José

A fuga de escravos no Brasil Império era bastante comum, e a província do Grão Pará não era exceção, estando os jornais, quase que diariamente, repleto de anuncio de fugas de escravos.

Em muitos casos estes “bens” (pois assim eram considerados pelos seus senhores), jamais eram encontrados, uma vez que crescente era o numero de quilombos na Amazônia, mas em alguns casos sua posse era restituída aos seus proprietário.

Se o retorno destes bens Africanos era uma dádiva para os escravocratas, maior dádiva foi para este casal, que alem de recuperar uma posse a muitos anos perdida, descobriu que lucrou bastante com a mesma…


No dia 28 de abril de 1845 através do órgão de imprensa (O Treze de Maio), foi comunicada, pela policia de Obidos a captura da mulata Maria Thereza, que depois de “inquirida”, informou que era escrava fugida e que na verdade se chamava Thomazia d’Aquino.

Em seu relato, informou que estava fugida a muitos anos da propriedade de Luciano Ferreira Pita e Ana Ferreira Pita, da cidade de Cametá, e que no tempo que esteve fugida produziu 8 Filhos!!!!!!!!!!!!!!!!

Citando seus rebentos: uma parta que vive nas redondezas de Belém, um morto pelos Cabanos, um terceiro que serve ao exercito, Francisca e Angélica pretas e Urçula cafuza, sendo estes os maiores, tendo ainda Benta e Guilherme.

Se não bastasse ter tido estes 8 filhos e assim acrescentar mais 7 braços para seus proprietários, uma de suas filhas, Urçula, ainda teve 4 filhos, sendo Francisco, Crispim, Belmira e Anna.


Um total de mais 12 escravos que são rapidamente reivindicados pelos herdeiros do casal ….

Thomazia se fosse escrava do Barão de Araruna, seria com certeza a Mãe José, com sua enorme prole.


Nenhum comentário: