terça-feira, 7 de abril de 2009

Gavião na Gaiola – O Regresso do Cabano

Em uma das postagens anteriores, falei sobre Eduardo Angelim, e citei a prisão de seu irmão Geraldo Francisco Nogueira Gavião, agora venho descrever um pouco deste outro cabano nas palavras de seus conterrâneos.

“...foi prezo na Ilha das Onças, o facínora Geraldo Francisco Nogueira Gavião. Quem teve o infortúnio de prezenciar nesta cidade os acontecimentos dos annos de 1835 e 1836, conhecerá de perto a quanto He possível chegar a ferocidade do coração humano: O celebre Gavião alem da notoriedade de suas malvadezas, commetteo entre outros assassinatos, o de huma pobre molher branca que foi por elle conduzida desde a rua da Madragôa, até ao portão da estrada de Nazareth, a onde a fuzilara Barbara e cruelmente; foi este mesmo assassino que deo começo ao ensendio das cazas nesta Capital e praticou tantos outros actos so dignos delle mesmo: Este assassino dissemos, que fugira de Pernambuco, para cuja a província foi mandado por hum certo numero de annos, acha-se actualmente prezo na cadeia desta Cidade, e sob a vigilância do nosso digno Chefe de Policia que a despeito de fortes empenhos que já por ahi girão e por figurões de alto cuturno para pô-lo na rua, não se deixará levar por quaesquer que sejão as potencias que vergonhozamente se empenhão a favor de hum tal assassino”( O Velho Brado do Amazonas, 20 de março de 1851)

O artigo, mesmo que carregado de interesses políticos e pessoais, ainda demonstra em suas linhas mais o temor da população por novos conflitos do que o ódio em relação ao ex-chefe cabano.

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